K. Swanwick 1939

Modelo Espiral (Fonte: Swanwick e Tillman, 1986, p.311).

O desenvolvimento musical na teoria se dá do pessoal para o social como já dizia Piaget. Os modos do lado esquerdo representam o pessoal, são egocêntricos e experimentais, envolvendo a motivação interna de cada um, os do lado direito representam o social, são ditados pelas convenções, são derivativos e menos originais é representado pelas respostas compartilhadas socialmente.

Keith Swanwick
 
Swanwick entende a música como a fluência e a continuidade dos sons. Deste modo ele afirma que a experiência do evento musical pode ser comparada a uma a vivência metafórica do discurso. Segundo ele ouvir música de forma analítica não é a melhor opção para vivenciar sua forma fluente e contínua. “Escutar sons como música exige que desistamos de prestar atenção nos sons isolados e que experimentemos, em vez disso, uma ilusão de movimento, um sentido de peso, espaço, tempo e fluência” (Swanwick, 2003, p.30) 
 
Para estudar a música enquanto discurso Swanwick divide seu processo de transformação metafórica em três níveis cumulativos esquematizados abaixo: 
 
Quadro 1. Música e o processo de Transformação Metafórica 
 
NÍVEL I Notas são ouvidas como melodia. “Gestos musicais” 
“MATERIAIS TRANSFORMAM-SE EM EXPRESSÃO” 
 
NÍVEL II A partir de relações internas essas melodias assumem vida própria. 
“forma” musical. (Swanwick, 2003, p.32) 
“EXPRESSÃO TRANSFORMA-SE EM FORMA” 
 
NÍVEL III Melodias relacionam-se com o conhecimento prévio. “Sensibilidade 
para aprender o ser de outras pessoas” (Swanwick, 2003, p.32) 
“FORMA TRANSFORMA-SE EM VALOR” 
 
Como pesquisador e educador musical Swanwick afirma também que a definição de música como uma forma de discurso é de grande relevância para a educação musical. Nesta direção este autor propõe três princípios que ele considera fundamentais ao processo de ensino da música levando em conta os três níveis de transformações metafóricas da experiência musical. O primeiro princípio é assumir a música como um discurso. É importante destacar que 
neste primeiro princípio já estão presente os três níveis de transformação metafórica. “Um dos objetivos do professor é trazer a consciência musical do último para o primeiro plano” (Swanwick, 2003, p.57). O segundo princípio é considerar o discurso dos alunos relevando também sua a bagagem musical durante o processo de aprendizagem. Essa postura é uma forma de estimular o envolvimento e a integração dos alunos com o processo educativo e 
também uma maneira de estimular a manutenção da curiosidade tão necessária à aprendizagem. O terceiro princípio retoma o primeiro na medida em que reafirma a importância da fluência do discurso musical do início ao fim. 
Swanwick exemplifica sua teoria com uma série de vivências músicais formais e não formais com a intenção de demonstrar como é possível manter-se conectado com a fluência tão desejada do discurso musical. É válido afirmar, entretanto, que quando Swanwick destaca algumas experiências não formais isso de maneira alguma quer dizer que ele desencoraje o aperfeiçoamento técnico ou o processo analítico como parte do aprendizado musical. Ao contrário, entendemos que sua teoria é uma busca por transformação no processo de ensino para que ele seja mais conectado com a essência do fluxo contínuo 
existente na música. 
 
SWANWICK
1. Música como discurso metafórico 
2. Considerar o discurso do aluno 
3. Fluência do discurso sonoro
 

SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina Tourinho, São Paulo: Moderna, 2003. 

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